babaçú
Sementes da Amazônia
O babaçu é uma das mais importantes representantes das palmeiras
brasileiras. Sobre este gênero de plantas, afirmou Alpheu Diniz
Gonsalves, em 1955, que "é difícil opinar em que consiste a sua maior
exuberância: se na beleza dos seus portes altivos ou se nas suas
infinitas utilidades na vida da humanidade"
Palmeira elegante que pode atingir até 20 m de altura.
Folhas com até 8 m de comprimento, arqueadas. Suas folhas mantêm-se em
posição retilínea, pouco voltando-se em direção ao solo; orientando-se
para o alto, o babaçu tem o céu como sentido, o que lhe dá uma aparência
bastante altiva.
Flores creme-amareladas,aglomeradas em longos cachos.
Frutos ovais alongados, de coloração castanha, que surgem de agosto a
janeiro, em cachos pêndulos. A polpa é farinácea e oleosa, envolvendo de
3 a 4 sementes oleaginosas. Cada palmeira pode apresentar até 6 cachos.
O principal produto extraído do babaçu, e que possui valor mercantil e
industrial, são as amêndoas contidas em seus frutos. As amêndoas - de 3 a
5 em cada fruto - são extraídas manualmente em um sistema caseiro
tradicional e de subsistência. É praticamente o único sustento de grande
parte da população interiorana sem terras das regiões onde ocorre o
babaçu: apenas no Estado do Maranhão a extração de sua amêndoa envolve o
trabalho de mais de 300 mil familias. Em especial, mulheres
acompanhadas de suas crianças: as "quebradeiras", como são chamadas.
Suas folhas servem de matéria-prima para a fabricação de utilitários -
cestos de vários tamanhos e funções, abanos, peneiras, esteiras, cercas,
janelas, portas, armadilhas, gaiolas, etc. - e como matéria-prima
fundamental na armação e cobertura de casas e abrigos. Durante a seca,
essas mesma folhas servem de alimento para a criação.
O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo; se em boas
condições, é usado em marcenaria rústica. Das palmeiras jóvens, quando
derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma seiva que, fermentada,
produz um vinho bastante apreciado regionalmente.
As amêndoas verdes - recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco
de água em um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas
semelhantes às do leite humano, segundo pesquisas do Instituto de
Recursos Naturais do Maranhão. Esse leite é muito usado na culinária
local como tempero para carnes de caça e peixes, substituindo o leite de
coco-da-baía, e como mistura para empapar o cuscuz de milho, de arroz e
de farinha de mandioca ou, até mesmo, bebido ao natural, substituindo o
leite de vaca.
A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão,
fonte exclusiva de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil. A
população, que sabe aproveitar das riquezas que possui, realiza
freqüentemente o processo de produção do carvão de babaçu durante a
noite: queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a
casca do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de
insetos.
Outros produtos de aplicação industrial podem ser derivados da casca do
coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado,
gases combustíveis, ácido acético e alcatrão.
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